segunda-feira, dezembro 15, 2008

Cartas de una compañera*


* por e-mail, em 02/12/2008.
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companheiras e companheiros de luta...
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como estao as coisas por aí??? espero de verdade que bem.. sinto falta das nossas reunioes de discussao e também das bebedeiras...
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como havia prometido mando um relato mais ou menos suscinto do que foi o acampamento che guevara, para socializar a experiencia, que de verdade foi muito rica. foi uma esquina na minha viagem. mais do que nunca sinto a necessidade de me organizar na luta camponesa e indígena, na luta pela terra. E o contato com os companheiros là no acampamento foi decisivo para isso.
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O Acampamento foi dividido em 3 partes, como havia dito no outro email. A primeira parte, do dia 07 ao 17 de outubro, era o Acampamento da Juventude da ALBA, pela uniao dos povos da ALBA. A segunda parte foi o Acampamento da Juventude da Via Campesina, do dia 17 de outubro atè dia 15 de novembro. E a terceira parte foi de trabalho voluntario e grupo de estudos de acampamentistas que decidiram ficar mais tempo no IALA (Instituto de Agroecologia Latinoamericano Paulo Freire).
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A primeira parte do acampamento foi um pouco atrapalhada. Caiu um chuva forte em uma das primeiras noites e o acampamento, que atè entao estava sendo realizado em Barinas, no IALA, foi transferido para Caracas, na Ciudadela Bolivariana (um espaco onde estao muitos das missoes e servicos do governo bolivariano). Havia compas desde de México até Argentina, de diferentes organizacoes: partidos politicos, movimentos urbanos, campesinato, movimento estudantil. Nesse momento, do Brasil estava eu, Neto (da juventude do MST) e Mari (paulista, da ABEF, de Filosofia). Houve muito atraso na chegada dos compas da Via Campesina, assim que a maior parte só chegou por acampamento da Via mesmo. A Coordenacao Politico-pedagogica se reorganizaou depois da chuva e contou com a presenca de um delegado por país. Cada país teve seu espaco de apresentacao de conjuntura, mas a articulacao nao foi tao intensa como poderia ser. Muito o que atrapalhou foi a burocracia do governo venezuelano, das insituticoes que estavam organizando junto com a Via, com muitas mudancas na programacao. De verdade, foi a experencia mais dificil que tive com o processo bolivariano. Para mim, ficou claro mais uma vez que a forca do processo está no povo, nas organizacoes de base, que conseguem aprofundar muito mais o processo de consciencia que nas instituicoes estatais, onde a disputa do poder é intenso e nem sempre se concretiza a favor da revolucao. Os principais debates, além do projeto da ALBA (que é a Alternativa Bolivariana para as Américas, em oposicao a ALCA), foi também uma maneira de nos articularmos, 4 companheiros paraguaios que estavam presos na Argentina em greve de fome e a formacao de uma brigada internacionalista a Bolívia em janeiro de 2009. Nenhuma dessas propostas foi encaminhada em plenária e ficou para que uma comissao composta pelos países que compoem ALBA (com excecao da Bolívia) redigissem um documento.
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O Acampamento da Via foi todo no IALA. O IALA nasceu no FSM de 2005 em Porto Alegre, quando Chavéz visitou acampamentos do MST e propos uma parceria. O terrerno foi doado pelo governo e fica no estado onde Chavez nasceu, uma regiao plana, de tradicao agricola. No IALA, atualmente, estudam 68 estudantes de diferentes organizacoes populares da america latina, o curso de agroecologia. Os e as estudiantes de IALA estao em um processo de resistencia muito forte e bonito porque a escola nao está pronta, eles estao construindo desde o curriculo até instalacoes fisicas. A organizacao do acampamento foi feita com base na metodologia elaborada por Josue de Castro, em Nucleos Bases e Equipes de Trabalho e tinha a consigna de estudo, trabalho e luta. O acampamento foi inspirado nas ideias de Che sobre o internacionalismo e o trabalho voluntario como construtor de consciencia. Estudamos o pensamento de Mariátegui, Che, fizemos debates de conjunturas de cada país, fizemos um tempo de vivencia em cooperativas agricolas na regiao, atividades de discussao de genero e mistica, sobre revolucoes populares na america latina e resistencias em Colombia. Os principais pontos de debate foram a situacao politica de Colombia sob o governo paramilitar de Uribe (inclusive foi noticiado na Colombia que esse foi um acampamento guerrilheiro de treinamento de 400 homens pelo governo de Chavez!), a formacao da brigada de solidariedade internacional com a Bolivia em janeiro (no momento da aprovacao da Constituicao) e uma maneira de nos organizarmos e nos mantermos em contato. Do Brasil, chegaram Binho e Fabíola da ABEF, Joao (SP) da Consulta Popular, Raul (PE) e Tiago (DF) do MST, Gilson da PJR, Alexandra (SC) e Paula(GO) do MAB, Thomas (PR) da FEAB. Elaboramos um documento final, com todas as propostas. Agora nao tenho em maos, mas se voces tiverem interesse, posso enviar.
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No terceiro momento, seguimos com as atividades de estudo e de trabalho no campo. Foi uma oportunidade de formacao politica imensa. Minha consciencia deu um salto quantico de qualidade. Agora estou na cidade e regresso ao IALA amanha. De lá sigo para Colombia passar o final de ano com um companheiro na regiao de campo dos Andes. Em janeiro tem o CLASSEA que é o congresso latinoamericano dos estudantes de agronomia e devo dar uma forca na organizacao e depois conhecer um pouco mais a realidade do campo e das comunidades indigenas na Colombia. Nao tenho mais idéia de quando regresso ao Brasil porque tenho vontade de construir a luta por um tempo aqui fora, com companheiros indigenas.
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Sinto saudade e agradeco a confianca de voces que foi importante pra eu participar do encontro. Sigo mandando noticias. Qualquer duvida, me escrevam. Se vao vir pra cá, pra fora do Brasil, me escrevam, a gente pode se encontrar.
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Um beijo grande e feliz ano de 2009 pra todas e todos!!!!!!
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Pátria, Socialismo ou Morte! Venceremos!
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Camilinha Bacaninha

sexta-feira, novembro 14, 2008

Novo reitor da UFV recebe MST em cerimônia de posse .
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Com muita alegria, orgulho e entusiasmo, o MST participou nesta quarta-feira (11/11) da cerimônia de posse do novo reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa), o professor Luiz Cláudio Costa.
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No auditório da universidade estiveram presentes cerca de 900 convidados. Na tribuna de honra, pela primeira vez na história de uma universidade reconhecidamente marcada por seu cunho elitista, um representante dos movimentos sociais, o MST.
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"Precisamos agora equilibrar o debate dentro da UFV, porque o MST está aqui”, pronunciou Luiz Cláudio em seu discurso de posse. "São 82 anos de dívida com os movimentos sociais" e prosseguiu, "fiquei sabendo que existem mais de 40 universidades no Brasil que têm cursos junto com o MST, ou seja, estamos atrasados. Eu quero um curso do MST aqui. Queremos recuperar o atraso da universidade e firmar uma parceria com o movimento. Queremos fazer um curso de agronomia para os filhos e filhas dos trabalhadores Sem Terra. (...) Fui convidado pelo MST para visitar os assentamentos que conquistaram ao longo de sua história de luta. Hoje são mais 350 mil famílias assentadas, pude ver a grande dívida do Estado brasileiro para com estas famílias e das instituições públicas de ensino, por isso peço licença e saúdo o MST em nome de todos os convidados aqui presentes”.
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A UFV é reconhecida nacional e internacionalmente pela excelência nos cursos das Ciências Agrárias. É também conhecida como espaço dos filhos da elite agrária e do agronegócio deste país. Por isso mesmo, para Vanderlei Martini, da direção nacional do MST, uma cerimônia como esta se torna algo de extrema importância. "Hoje, o MST é reconhecido nesta comunidade acadêmica e rompe com mais esta barreira histórica", diz Martini.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Instinto Coletivo: Boicotar o ENADE e defender a educação!

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Brasília, 07/11/2008

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O que é o ENADE?
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Bem, antes de colocarmos o que nós, Instinto Coletivo, pensamos sobre o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), convidamos o leitor a conhecer o texto legal sobre o exame (Lei 10.861 de 14 de abril de 2004), que é parte do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) disponível no sítio eletrônico da Presidência da República:
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/Lei/L10.861.htm
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Agora que você já leu a lei que regulamenta o ENADE, podemos discutir o tema e ampliar o debate que tem como foco não apenas uma política pública de governo, mas um outro olhar sobre a avaliação da educação superior no Brasil. Dessa forma, vamos analisar o ENADE tanto do ponto de vista técnico quanto político, mas sem querer parecer imparcial ou positivista, uma vez que não acreditamos nessa metodologia.
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Uma só história de avaliação no Brasil: o descaso governamental.
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Historicamente, a avaliação educacional no Brasil é marcada por testes psicométricos, ou seja, por uma necessidade de quantificar a capacidade de conhecimento de um indivíduo ou grupo de indivíduos. A capacidade de conhecimento pode traduzir-se em “capacidade de produtividade”. Assim, esses testes foram “importados” principalmente dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha ao longo de todo o século XX. Com o Movimento dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, os intelectuais brasileiros passaram a reclamar, ainda sem muita força, um modelo de avaliação nacional e, mais que isso, que fosse ao encontro dos anseios do povo brasileiro. Nesse sentido é criado o INEP em 1938, com forte influência de Anísio Teixeira, que estudou nos Estados Unidos.
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No período pós-guerra , houve uma readaptação dos currículos para atender às demandas da Guerra Fria, principalmente nas áreas de matemática, química, física e biologia. Era necessário formar uma mão-de-obra que traduzisse aquele momento histórico em divisas para EUA e a então URSS. Foi nesse período que o Brasil adotou diversos programas de avaliação, a maioria voltado para a Educação Básica, é verdade, em parceria com a FCC (Fundação Carlos Chagas) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Os programas vinham dos EUA e, com o Relatório Colleman, passaram a considerar outras variáveis ligadas ao desempenho escolar dos estudantes brasileiros.
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O problema é que não se fez nada para solucionar os problemas extra-classe que interferiam nos péssimos resultados da educação brasileira. Alguns dos programas de avaliação foram pensados dentro dos Acordos MEC/USAID, tendo como patrocinadores o BIRD e o FMI. Como exemplo está o acordo de 1988, ainda no Governo Sarney e, no ano seguinte, o Consenso de Washington. Este último sinalizou que “educação nos países periféricos deve ser para qualificar mão-de-obra fabril no aspecto técnico sem produção própria de conhecimento”.
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Ainda na redemocratização, em 1995, o Governo FHC criou o Provão, ainda dentro das diretrizes do PAIUB (Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras). Em 1997, o INEP assume a responsabilidade de implementar os exames nacionais brasileiros, tanto da educação básica como da superior, bem como as pesquisas de financiamento e gasto da educação. Com a pressão dos estudantes e após sucessivos boicotes, o Provão é extinto em 2003.
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E o ENADE com isso?
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Em primeiro lugar, vamos desmitificar algo que é falado por todas as IES (Instituição de Ensino Superior), sejam públicas ou privadas: “nosso curso e nossa faculdade são o ENADE, por isso gabaritem!”. O ENADE, como já foi dito, faz parte do SINAES. Esse sistema funciona em 3 momentos:
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1- Avaliação da CPA (Comissão Própria de Avaliação) e da CONAES (Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior);
2- ACG (Avaliação dos Cursos de Graduação); e
3- ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).

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A CPA, conforme a Lei 10.861/2004 (Art. 11, I), não pode ter em sua composição maioria de nenhum dos segmentos da comunidade universitária e deve ter a participação do corpo docente, discente, técnico-administrativo e da sociedade civil (Art. 2º, IV). No entanto não é o que ocorre. A CPA acaba por funcionar como um dos Conselhos Superiores das IES – um espaço de hegemonia docente. É a CPA quem faz o levantamento dos dados que vão ser analisados pela CONAES, que por sua vez, faz a avaliação in loco (visita às IES). É bom informar que o representante discente na CONAES é da UNE, e aí já sabemos que nossa voz jamais será escutada com quem faz toda a política privatista de Lula.
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A Avaliação dos Cursos de Graduação observa a titulação dos docentes, equipamentos de apoio (data show, retroprojetor e outros), laboratórios, instalações das salas de aula, bibliotecas setoriais, índices de evasão e outros. Os cursos de pós-graduação são avaliados pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia o número de teses publicadas, nível qualis das revistas científicas, publicações de livros, artigos etc.
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O ENADE, por sua vez, visa estabelecer através da medição um conceito que possa classificar os estudantes em determinada nota. Os conceitos vão de 1 a 5, sendo 1 a pior nota. A partir de 2009, as IES que atingirem notas 3, 4 ou 5 não receberão a visita in loco da CONAES, a menos que solicitem. O conjunto das notas dos estudantes do curso formam a nota da IES que divulga ou não o resultado desse conjunto, dependendo de seu desempenho. Vale lembrar que nenhuma IES pode divulgar a nota do estudante porque sequer tem acesso a ela (Art. 5º, § 9º).
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À essa metodologia de avaliação somam-se duas conseqüências, quais sejam: vincular o repasse de verbas do poder público às IES públicas que tiverem melhor conceituação e, no caso das particulares, aproveitar-se de uma avaliação falha para igualar uma instituição sem nenhuma qualidade com uma universidade renomada. Resumindo, é a privatização da educação pública, com critérios esdrúxulos de distribuição de recursos, uma péssima forma de avaliação e nenhum retorno social para a sociedade brasileira.
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Portanto, podemos ver que o Governo Lula somente continuou com a política privatista de FHC. A mudança do Provão para o ENADE dá-se basicamente no nome, pois permanece o sucateamento das universidades brasileiras. No que tange à avaliação, o ENADE não avança para um modelo onde as IES possam olhar para seus resultados e apontar melhorias. Se a prova não avalia, qualquer política pública que venha com base no ENADE torna-se inconveniente. Então, é mais do que justo o boicote ao ENADE, uma avaliação no modelo da accontability, procurando demonstrar eficiência e produtividade tendo o governo como instituição reguladora.
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Os vários motivos para se boicotar o ENADE
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Imagine a seguinte situação: você é professor de uma escola de Anos Finais do Ensino Fundamental e vai aplicar uma mesma prova para a 5ª e 8ª séries em 2008. Agora imagine que em 2011 você vai aplicar outra prova, diferente da de 2008, mas com o mesmo conteúdo para a 5ª e 8ª séries da mesma escola. Essa analogia serve para explicar o que é o ENADE. A mesma prova que é aplicada para os estudantes do segundo semestre (ou seja, quem está mais ou menos entre 12,5% e 25% de um curso de 4 anos) é aplicada aos formandos (quem está acima de 87,5% do mesmo curso). Seria como se você fosse estudante de engenharia do segundo semestre fazendo uma prova de cálculo 3 ou referentes a disciplinas de laboratório dos últimos semestres. O nome dessa metodologia de avaliação é valor agregado, visando saber o que o estudante sabia quando estava no início e ao final do curso.
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Ora, tanto a situação da escola de Ensino Fundamental quanto a do estudante de engenharia são surreais. Não se tem notícias desse tipo de avaliação em nenhum lugar do mundo. Por quê então experimentá-la a nível de política pública para a educação sem nenhum diálogo com a comunidade acadêmica e representantes da sociedade civil? A mesma metodologia pode ser aplicada para a educação básica e para disciplinas nas faculdades? Se pode, por qual motivo não é feita? Sendo assim, o que o Governo Lula não explicou desde 2004 quando implementou o ENADE é de onde veio essa idéia absurda de valor agregado. Mas vamos além: ainda que houvesse consenso na proposta de avaliação por valor agregado, o fato do estudante do segundo semestre saber de algo referente aos últimos períodos é mérito sempre dele e não da faculdade, ou então as DCN (Diretrizes Curriculares Nacionais) dos cursos de graduação não tem nenhuma validade. Mais um erro técnico que no exame que se perpetua.
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O ENADE é uma prova padronizada nacionalmente. Num país de dimensões continentais como o Brasil e com uma diversidade cultural maior ainda, devido à nossa história de constituição enquanto Estado Nacional, uma padronização por completo não respeita as diferenças regionais presentes em nosso povo. Também não se pode cair num discurso de que cada lugar deveria ter sua própria avaliação. Fosse assim, era melhor não ter avaliação a nível de país e considerar o que é realizado ao longo dos cursos. Como se trata de um sistema de avaliação nacional, é interessante que se tenha uma parte padronizada nacionalmente (e aqui o referencial pode ser as DCN do curso) e outra parte dada a cada região sócio-econômica ou estado.
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Pela Lei 10.861/04, o ENADE é realizado tomando como base as DCN dos cursos (Art. 5º, § 1º). Entretanto, crescem as reclamações de questões absurdas na parte de conhecimentos específicos e até de conhecimentos gerais. Mas mesmo que isso não ocorresse, vamos analisar o caso da Pedagogia. As DCN do curso de Pedagogia são de 15/05/2006 (Resolução CNE/CP n. 1/2006) e as IES tinham um ano para se adaptar às diretrizes (portanto, até 15/05/2007). Pedagogia fez o ENADE em 2005. Sendo assim, como comparar resultados de desempenho dos estudantes, seja por valor agregado ou pelo método que for, se num período o curso não tinha DCN (2005) com um período em que o currículo foi reformulado (2008)? Isso não acontece só com a Pedagogia, principalmente depois do REUNI, quando a abertura de cursos sem nenhum critério tornou-se prática comum na educação superior brasileira.
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A divulgação dos resultados do ENADE causa efeitos mesmo dentro dos conselhos deliberativos das universidades públicas. Muitas reitorias usam os resultados como forma de barganha para repassar recursos para um ou outra unidade, e as próprias unidades manifestam-se nesse sentido na hora da configuração do PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) ou de solicitar vaga para concurso, com a justificativa de que não pode cair o nível do curso. Comparando resultados entre universidades, o ENADE só tem servido para dar credibilidade a instituições quase fantasmas que realizam cursinhos preparatórios para os estudantes fazerem a prova, quando não premiam os primeiros colocados com (pasme) automóveis. Ora, se o curso é realmente bom, qual a necessidade de um cursinho? Esse é só um modo do mercado burlar a busca pela excelência e apresentar-se como forma viável à educação do país – a privatização.
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Outro questionamento sobre o ENADE é sua prerrogativa punitiva: aqueles que não comparecerem no dia da prova não receberão o diploma ao se formar. Essa covardia acontece porque o Governo Lula, ao fazer a Lei 10.861/2004, colocou o ENADE como componente curricular obrigatório. Isso significa dizer que o exame é como uma disciplina obrigatória de qualquer curso de graduação, com a diferença de não ter carga horária ou exigir uma nota mínima para aprovação – ressaltamos que é obrigação o comparecimento no dia da prova e é isso que aparece no histórico escolar (comparecimento ou não), uma vez que a IES não tem acesso à nota do estudante (Art. 5º, § 5º). Porém, as punições não param por aí.
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As IES que obtiverem baixo resultado no ENADE devem assinar um protocolo de compromisso, mostrando de que forma poderão melhorar seus resultados no próximo exame. São exceção à regra poucas universidades, como USP e UNICAMP, que se recusam a inscrever seus estudantes para fazer a prova. Tal procedimento em nada acarretou de retaliação a essas instituições. Basta dizer que são as duas melhores universidades brasileiras e figuram entre as melhores da América Latina.
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As universidades públicas que obtém pior resultado no ENADE são preteridas em favor de outras que conseguiram melhor desempenho. O argumento de que as IES que tiveram pior resultado no ENADE é porque faltam recursos é falacioso, uma vez que para considerarmos essa hipótese, partiríamos do princípio que o exame não apresenta nenhum dos problemas que foram discutidos até agora. Tanto é verdade que por mais que o Governo Lula investisse todo o PIB brasileiro nas universidades públicas, os problemas do ENADE permaneceriam. Mais que isso, ao considerarmos validarmos os resultados e apontar como preocupante o baixo desempenho de uma universidade de ponta, automaticamente damos crédito à uma faculdade isolada sem nenhuma qualidade mas que tenha tirado 5 no ENADE. Esse é o ranqueamento do exame.
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Como boicotar o ENADE?
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Desmentido o terrorismo feito pelos coordenadores de graduação a respeito do ENADE, chegou a hora da ação. Quando for convocado a fazer o ENADE, não se esqueça: você deve comparecer à prova. Espere receber a prova, assine e entregue a prova em branco. Se a revolta for maior, pode colar um adesivo do boicote. Provavelmente haverá estudantes organizando o boicote na porta do seu local de prova.
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Para o movimento estudantil, é bom chegar com bastante antecedência aos locais de prova para colar cartazes e conversar com os estudantes selecionados. Fazer um cartaz grande explicando os motivos do boicote e colocá-lo perto da entrada da escola facilita o entendimento e com que mais estudantes se interessem. Cartazes também devem ser colocados no caminho da parada de ônibus até as escolas onde serão realizadas as provas. Quanto mais informação os estudantes tiverem, mais irão se convencer de que boicotar é a melhor solução para defender a educação pública brasileira.
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O movimento estudantil deve entender que o boicote ao ENADE é uma ação que deve ser feita a todo momento. O que acontece atualmente é que só se fala em boicote ao ENADE nas vésperas da prova, o que dá a entender que é um ato pura e simplesmente de ataque sem fundamentos ao Executivo. Os debates sobre ENADE e avaliação tem que estar na pauta das reuniões dos Centros Acadêmicos, dos DCE, das Executivas de Curso, dos colegiados de cursos, dos conselhos superiores das IES. Feito isso, irá se criar uma cultura de discutir o ENADE, mas também a avaliação que é realizada com cada estudante ao longo do curso. Será que a avaliação realizada pelos docentes não merece discussão? O que é certo é que só conseguiremos mudar a estrutura de poder atual com muita luta, mobilizando os estudantes contra os sucessivos ataques À uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade.
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Alternativas ao ENADE: uma outra avaliação é possível!
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Segundo o Basic Principles of Curriculum and Instruction, o objetivo da avaliação é o de “identificar empiricamente, terminado um processo de ensino, se os indivíduos avaliados tem condições de desenvolver o planejamento anteriormente solicitado” (TYLER, 1949). À essa assertiva, utilizada por diversos países como método de avaliação, cabem alguns questionamentos, a saber: o que é o empirismo na avaliação? Quando começa e quando termina um processo de ensino, ou melhor, de ensino/aprendizagem? Quais variáveis ligadas aos indivíduos avaliados podem interferir na avaliação? De que forma foi construído o planejamento anteriormente solicitado? Quem, de que forma e com qual objetivo avaliou? Quem avaliou também foi avaliado? Houve auto-avaliação?
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Todo o texto da Lei 10.861/2004 menciona a palavra pesquisa somente 2 vezes e a palavra extensão uma única vez. Para quem acredita que o tripé constitucional ensino, pesquisa e extensão não estão escritos explicitamente mas sim no contexto da lei estão enganados. A referida lei é bastante vaga no que tange aos objetivos do SINAES, do qual o ENADE faz parte. Responsabilidade social, por exemplo, é algo que até o MC Donalds e a Globo tem, o que não avança em nada para o debate sobre avaliação como forma de controle social. Os acadêmicos, elitizados que são, vão falar que a população em geral não deve participar da avaliação das IES por serem de baixo intelecto e não saberem lidar com esse tipo de demanda. Ainda que se mude a metodologia da avaliação nacional, ou a população brasileira toma parte nesse processo, ou continuará pagando os projetos de empresários que utilizam de recursos físicos e humanos das universidades públicas para aumentar seu patrimônio.
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O movimento estudantil não é contra as IES serem avaliadas, tampouco saber o que o nível superior agregou ao estudante. O que somos contra é a forma como isso é feito, com erros técnicos absurdos do ENADE, e para quê é feito, no caso, o sucateamento das universidades públicas brasileiras. Não adianta olhar o ENADE só como uma questão técnica, porque o assunto é também político. Está inserido dentro da lógica de privatização do Governo Lula, assim como a Reforma Universitária (PL 7.200/2006 e apensados dos deputados Átila Lira e João Matos), o Decreto das Fundações, Lei de Inovação Tecnológica entre outros. Porém, não se pode negar que há tantas inconsistências técnicas que mesmo a UNE, braço direito de Lula em todos os ataques à educação pública, teve que sair do anonimato e a partir de 2007 falar em boicote. E para não parecer tão agressivos, usam a expressão de que o ENADE é uma avaliação pela metade, sempre na proposta chapa branca da UNE de que “há aspectos positivos”.

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Paralelamente ao IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o ENADE também compara nossos índices com os dos 20 países melhores colocados em educação de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Até a forma de pensar a avaliação das universidades brasileiras foi feita com base no PISA, um programa de avaliação internacional. O que o Governo Lula se esquece de comparar é o PIB e a distribuição de renda per capita entre esses países e o Brasil, antes de jogar a responsabilidade pela má qualidade da educação brasileira nas costas dos estudantes, ao mesmo tempo em que salva banqueiros especuladores com nossos impostos, mais do que no Governo FHC.
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NÃO É ESSA AVALIAÇÃO QUE QUEREMOS!
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POR UMA AVALIAÇÃO DE VERDADE, BOICOTE O ENADE!

terça-feira, setembro 30, 2008

Movimento Estudantil independente e partidos políticos




Um segmento grande e crescente no movimento tem reivindicado a caracterização “independente”, que se constitui em um contraponto à caracterização “partidária”. No entanto, em vários casos parece existir certa confusão na compreensão do que é ser um coletivo ou um militante independente. Ser independente, freqüentemente, é compreendido como não ser filiado a nenhum partido, e em alguns casos extremos parece ser compreendido como ser anti-partidário. Talvez não deva ser de impressionar muito o fato de o senso comum estar cada vez mais contra a atuação dos partidos na organização das massas, sob justificativas como oportunismo e “politicagem”. Dentro do pensamento de esquerda brasileiro, há grande consenso de que vivemos um momento de refluxo nas lutas sociais, com forte prejuízo da consciência de classe e da necessidade de organização popular. Isto se reflete na rejeição crescente aos partidos cuja estratégia é atuar junto aos diferentes tipos de movimentos sociais, como por exemplo o movimento estudantil. Porém, se não devemos nos impressionar com a rejeição aos partidos políticos pelo cidadão comum, o crescimento deste anti-partidarismo entre os militantes do movimento estudantil é motivo de preocupação. Parece haver uma compreensão equivocada do que seja um partido e qual o papel político que ele deve desempenhar.
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Entre várias pessoas, inclusive militantes independentes, é comum o sentimento de desconfiança em relação a pessoas com filiação partidária. Existe a sensação de que o único interesse destas pessoas é lutar pelas posições do partido e usar as entidades e espaços políticos para promover suas legendas. Este sentimento é alimentado por várias práticas questionáveis usadas com freqüência pelos partidos. Tais práticas incluem levantar bandeiras do partido em uma manifestação, mesmo que seja acordado não fazê-lo; mobilizar militantes afastados para ganhar votações em reuniões de CA, DCE, etc; assinar convocatórias e fóruns sem contribuir efetivamente nos trabalhos organizativos, e depois propagandear que estão construindo a luta nestes espaços, entre outros. Porém, atribuir este tipo de comportamento apenas aos partidos políticos é um equívoco. É próprio da disputa na arena política fazer uso de meios desleais, principalmente quando há forte polarização. Inclusive, os setores politicamente e economicamente dominantes da sociedade, como a indústria e o agronegócio, possuem um amplo repertório de subterfúgios para manter sua hegemonia, porém a resistência que o senso comum lhes impõem é mínima. Devemos sim fazer a crítica ao papel que os partidos desempenham, mas é preciso tomar muito cuidado nesta crítica para não ir além dos limites do preconceito, principalmente diante da campanha da grande mídia.
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Na base do sentimento anti-partidarista está uma compreensão equivocada do papel que o partido político desempenha. Um partido pode ser definido como um agrupamento de pessoas, de diferentes segmentos e classes, que compartilham um projeto de sociedade e uma estratégia para atingi-lo. Os partidos de esquerda normalmente apostam na estratégia da organização das massas para adquirir uma consciência de classe que viabilize uma revolução socialista. Portanto, seria de se esperar que estas pessoas atuassem de acordo com a formulação dos seus partidos. Porém, muita gente fica surpresa ao ver militantes de diferentes lugares do país, filiados a alguma legenda, atuando de forma semelhante, como se fosse combinado. Não se trata de conspiração, é natural que eles hajam desta forma, assim como é natural que militantes de um coletivo autônomo defendam a posição do seu coletivo nestes mesmos espaços. Cada um é partidário do que acredita, a crítica aos partidos políticos não deve partir daí.
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Para além da crítica à atuação dos partidos políticos, é fundamental que fique claro qual o papel deles para o Movimento Estudantil. Além disso, e talvez mais importante, enquanto o movimento estudantil possui um caráter altamente dinâmico e instável pela transitoriedade dos seus militantes, o partido é perene, podendo prestar um auxílio fundamental na continuidade das lutas estudantis.
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Diante destas reflexões, talvez seja ingenuidade considerar que o Movimento Estudantil deva se livrar dos partidos políticos, que os CAs DCEs, e executivas de curso não devam ser constituídos por estudantes filiados a alguma legenda. Evidentemente não devemos nos furtar de fazer as devidas críticas, e que sejam muitas, mas que sejam fundamentadas no diálogo e em argumentos sólidos, e não em convicções preconceituosas. A mídia comercial já faz muito bem o papel de perseguição aos movimentos sociais e partidos de esquerda. O Movimento Estudantil deve ser parceiro, e cobrar a parceria dos partidos. Uma parceria de luta, rumo à organização popular.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Diálogos Acadêmicos
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Um "presentinho" do Movimento Instinto Coletivo ao Professor Marcelo Hermes Lima, do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília.
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Brasília, madrugada de 26/09/2008 (quinta-feira), apuração dos votos do segundo turno da eleição para reitor da UnB.
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Rafael Ayan: Olha aí Danilovsky quem chegou!
Danilo Silvestre: é, o Marcelo Hermes.
Rafael Ayan: tu viu a resposta que eu deixei pra ele no blog dele sobre as piadinhas sem graça que ele faz do MST?
Danilo Silvestre: não! o que foi?
Rafael Ayan: depois tu vê lá. Mas aí, tive uma idéia. Sabe quem tem uma bandeira do MST?
Danilo Silvestre: acho que o Raoni Japiassu tem uma na casa dele.
Rafael Ayan: vamos lá. No caminho te explico.
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passado algum tempo...
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Rafael Ayan: oi professor Marcelo. tudo bem?
MHL: oi Rafael. Depois precisamos conversar sobre o lance do MST.
Rafael Ayan: claro que sim professor. Mas agora tire uma foto aí nesse processo tão importante pra UnB.
MHL: claro, tira aí.
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Olha o passarinhoooo...click!
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Sorriso na cara e, maliciosamente, Danilo estende a bandeira do MST atrás de MHL. Essa é a história resumida dessa foto.
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Brincadeiras a parte, Professor MHL, o Movimento Instinto Coletivo posiciona-se ao lado dos movimentos sociais, dentre eles o MST, e mantém por este coletivo um profundo respeito ao seu modo de organização e pauta de reivindicação. Por esse motivo, procure conhecer um pouco melhor o MST e sair das reportagens imbecis que saem na mídia corporativa. Esperamos que o senhor realmente realize essa tarefa. Afinal, não é objetivo de qualquer pesquisador a experimentação?
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Movimento Instinto Coletivo: em rede com os movimentos sociais!

terça-feira, setembro 23, 2008

Instinto Coletivo recomenda o voto na Chapa 76
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Nós do Movimento Instinto Coletivo, grupo de estudantes independentes, vimos à comunidade universitária declarar nosso apoio crítico à "Chapa 76 – UnB século XXI" no segundo turno das eleições para Reitor na Universidade de Brasília. Reafirmamos que muitas das pautas que defendemos não estão contempladas nesta candidatura, em especial o debate das Fundações de direito privado e o REUNI, motivo pelo qual apoiamos a candidatura da “Chapa 74 – A UnB que nós queremos” no primeiro turno.
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Como é sabido, ocupamos a Reitoria da UnB em abril deste ano, depois de constantes escândalos ocorridos na Universidade. As denúncias de corrupção envolveram grande parte corpo administrativo como reitor, vice-reitor e decanos, que foram destituídos de seus cargos por meio da luta estudantil! Não podemos esquecer que as denúncias de peculato e formação de quadrilha apresentadas pelo Ministério Público são da época em que Márcio Pimentel (atual candidato à Reitor pela Chapa 73) era Decano de Pesquisa e Pós-Graduação do professor Thimothy Muholland.
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Em resposta à chapa 73, dizemos claramente que não ocupamos a Reitoria para devolver a UnB nas mãos de um grupo tirano e incompetente que há mais de 16 anos mantêm uma gestão baseada no favorecimento pessoal, associada a uma política nefasta de esvaziamento dos espaços democráticos e deliberativos da universidade.
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Acreditamos que o grupo ligado à Chapa 76, embora com direcionamentos diferentes dos que defendemos, tenha mais capilaridade para dialogar com a comunidade acadêmica e estabelecer uma ruptura com todo o clientelismo e continuísmo thimothysta identificado na Chapa 73.
Chamamos todos os estudantes, técnicos-administrativos e professores a participar deste processo eleitoral, entendendo que eleger o professor Márcio Pimentel é retomar um período marcado por denúncias de corrupção e carguismo na Universidade de Brasília.
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CONTRA A CORRUPÇÃO NA UnB, VOTE 76!
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Movimento Instinto Coletivo
www.instintocoletivounb.blogspot.com
instintocoletivounb@gmail.com

terça-feira, setembro 16, 2008

Instinto Coletivo apóia a Chapa 74 – A UnB que nós queremos!
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Brasílilia, 16 de setembro de 2008.
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Pergunta de pesquisa: Você sabe por quê a UnB vai ter eleições para a Reitoria em setembro de 2008?
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Em 03 de abril de 2008, os estudantes da UnB ocuparam a Reitoria da universidade exigindo a saída de toda a Administração nefasta simbolizada por Timothy Mulholland. O ex-reitor decorou seu apartamento funcional com mais de R$ 470.000,00 advindos da FINATEC, desviou recursos da saúde indígena, dentre outras acusações que vão de peculato à formação de quadrilha. Diante disso, conseguimos derrubar toda a Administração da UnB e uma reitoria pro tempore foi eleita no CONSUNI (Conselho Universitário) para acabar com a crise e chamar um novo processo eleitoral e resolver o problema em no máximo 180 dias.

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Sendo assim, uma grande preocupação desse grupo é a de que setores conservadores, que estão representados em algumas chapas nessa eleição, voltem ao poder com a legitimidade do voto, ainda que não seja a paridade que queremos. Isso porque o Movimento Estudantil da UnB levou um golpe no CONSUNI, que aprovou a Paridade Potencial, onde todos os estudantes tem que votar para chegar ao peso de um terço. No entanto, registramos um avanço, uma vez que os docentes não tem mais os 70% do peso dos votos e os técnico-administrativos, por sua vez, também aumentaram o seu percentual. Sendo assim, conclamamos todos os estudantes a irem às urnas dias 17 e 18 de setembro de 2008 para escolherem a gestão que vai representá-los nos próximos 4 anos.
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A “Chapa 74 – A UnB que nós queremos” certamente tem o programa que mais se assemelha com o que defendemos para a universidade. Somos contra as fundações ditas de apoio, favoráveis ao Congresso Estatuinte Paritário, à Ocupação da Reitoria, à integração do saber formal com o saber popular, pela autonomia dos movimentos sociais e contra todas as opressões (gênero, raça etc.). Diante disso, não é nenhum nome que conseguirá realizar esse feito sozinho, mas a comunidade acadêmica da UnB, pelo voto, e fora dela, pela pressão popular. Nesse sentido, é a base de apoio da “Chapa 74 – A UnB que nós queremos”, pautando-se pela horizontalidade desde agora, que canalizará todos os esforços para uma gestão democrática de fato.
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Acreditamos que um Conselho Comunitário deve ter poder deliberativo e ampla participação da sociedade, vista infelizmente somente como objeto e nunca como sujeito do processo histórico. Lamentamos que esse processo eleitoral ocorra com várias candidaturas, algumas propositais, que só fortalecem as chapas ligadas ao fisiologismo e corrupção que acabaram com a nossa universidade.
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Portanto, deixamos registrado o nosso apoio à “Chapa 74 – A UnB que nós queremos”, chamando toda a comunidade acadêmica, especialmente os estudantes, que tomem parte nesse processo. Mais que isso, esperamos que sua sede de melhoras por mudanças na universidade não se limite ao voto, mas passe pela extensão, iniciação científica, PET, grupos de estudo, Centro Acadêmico, DCE e sobretudo pela emancipação e autonomia dos movimentos sociais que estão alijados da educação formal, qualquer que seja sua etapa ou modalidade. O motivo de termos eleições hoje é justamente a mobilização que fez cair toda a burocracia corrupta da universidade, pois senão estaríamos confortáveis em nossas aulas enquanto a malversação do dinheiro público continuaria a alimentar os balcões de negócios instalados pelas fundações. Lutemos, acima de votar, lutemos!
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segunda-feira, setembro 01, 2008

Reunião de Formulação do Movimento Instinto Coletivo


O Movimento Instinto Coletivo convida a comunidade acadêmica, bem como interessados(as) na construção de uma UnB democrática, a participar de sua próxima reunião de formulação:



Data: 06/09/2008 (sábado)
Horário: 09h45
Local: Faculdade de Educação 5, hall (em frente ao Auditório Dois Candangos)
Convidada: Prof. Marisa vonn Bülow, Vice-diretora do IPOL (delegada estudantil última estatuinte da UnB) - A CONFIRMAR!

Estatuto UnB: http://www.unb.br/unb/estatuto.php

Regimento Geral UnB: http://www.unb.br/unb/regim_geral.php

Estatuto FUB: http://www.unb.br/administracao/fub/estatuto.php

Lei que criou a FUB: http://www.unb.br/administracao/fub/lei.php

Decreto que instituiu a FUB: http://www.unb.br/administracao/fub/decreto.php


Convite aberto para todas as pessoas que quiserem discutir os estatutos, independente de qual posição política ou ausência desta tenham. Favor avisar pelas listas de e-mail, Orkut, telefone, boca-a-boca etc.


informações:

instintocoletivounb@yahoo.com.br


Compareça!!!


sexta-feira, fevereiro 22, 2008


Tá um pouco atrasado a divulgação. Mas ainda vale a pena: