quarta-feira, março 14, 2007




A HISTÓRIA DO SABIÁ QUE SABIA ASSOBIÁ

Parece qui termina
Mas agora é qui começa
Sossega que a saudade
Desce já e faz sua festa

Mas clareia o amanhã
Que a flor também tem pressa
A estrada continua
A lavoura nunca cessa

Com coração sertanejo
E pele de toda cor
Daqui de longe eu vejo
Brasil bruto de dor

É tanta injustiça, fome
Tanto tiro, judiação
Esperança quas´que some
Ou espaia na plantação?

Ai se sêsse diferente
Nem carecia mexê
Mas tão difícil é
Quanto possível parece ser

Os instrumento foram feito
Em caatingas de emoção
Em leituras tão aflitas
Dos lamentos que virão

Cai as folha, fica o tronco,
É assim que a vida cria
Nunca se sente pronto
Se o trabaio é companhia

Depois de tanto estudo
Aprendendo a escutá
Ouve o que há de dentro
Escuta teu sabiá

Ele canta tão formoso
E ensina encantando
Que a beleza dessa vida
É fartura de ser humano.

*cordel do convite dos formandos de psicologia 02/2006 da UnB.

Nenhum comentário: